quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Por que estudar a Língua Portuguesa?

Por que estudar a Língua Portuguesa?

No mundo atual, caracterizado pela diversidade de linguagem e pela comunicação eletrônica, o uso adequado e eficiente da linguagem verbal é cada vez mais necessário. Essa linguagem não se contrapõe a outras; ao contrário, hoje as linguagens verbais e não-verbais se cruzam e se complementam, como ocorre na informática, no cinema, nos quadrinhos, na publicidade e até na literatura e na pintura.
Portanto ter domínio da língua faz muita diferença. Significa estar mais preparado para interagir com outras pessoas, o que implica ter a possibilidade de influenciar seu mundo e agir e pensar e, da mesma forma, também ser influenciado. Língua é, pois, mudança, interação, transformação.
Durante longo tempo, acreditou-se que falar bem o português era falar difícil, isto é, empregar frases de efeito, com estrutura complicada e vocabulário culto. Hoje, pensa-se de modo diferente: usar bem o português é o mesmo que saber adequá-lo às diferentes situações sociais de que participamos.
Por exemplo, em situações formais, como numa entrevistas, num discurso público, numa carta a um jornal ou numa dissertação escolar, é indispensável o uso padrão culto e formal da língua. Já numa conversa com os amigos e familiares, a língua padrão seria formal demais e poderia contribuir com o distanciamento entre pessoas.
A língua que estudaremos é a língua portuguesa viva, isto é, a utilizada em suas variedades oral ou escrita, culta ou coloquial, formal ou informal, regional ou urbana, etc. É a língua que circula nos jornais, na tevê, na internet, nos quadrinhos, nas canções, nos anúncios publicitários, enfim, nos textos que circulam socialmente.

Revisando alguns conceitos

Comunicação: ocorre quando ao emitirmos uma mensagem, nos fazemos compreender por uma pessoa.
Linguagem: é o processo pelo qual as pessoas se comunicam
Linguagem verbal: é aquela que tem por unidade a palavra. Oral ou escrita.
Linguagem não-verbal: é aquela transmitida através de gestos, movimento, símbolos, imagem, etc.
Há ainda as linguagens mistas que utilizam a imagem e a palavra.
Língua: é um tipo de código formado por palavras e leis combinatórias por meio do qual as pessoas interagem entre si.
Norma culta: é a língua de maior prestígio social.
Norma popular/coloquial: sem planejamento prévio, linguagem simples, frases curtas...
Variedade lingüística: são as variações que uma língua apresenta, de acordo com as condições sociais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada.



A comunicação e socialização
Juan Diaz Bordenave

Lembre-se leitor como se fez gente: sua casa, seu bairro, sua escola, A comunicação foi o canal pelo qual os padrões de vida de sua cultura foram-lhe transmitidos, pelo qual aprendeu a ser “membro” de sua sociedade, de sua família, de seu grupo de amigos, de sua vizinhança, de sua nação. Foi assim que adotou a sua “cultura”, isto é, os modos de pensamento e de ação, suas crenças e seus valores, seus hábitos e tabus. Isso não ocorreu por”instrução”, pelo menos antes de ir para a escola: ninguém lhe ensinou propositadamente como está organizada a sociedade e o que pensa e o que sente a sua cultura. Isso aconteceu indiretamente, pela experiência acumulada de numerosos pequenos eventos, insignificantes em si mesmos, através dos quais travou relações com diversas pessoas e aprendeu naturalmente a orientar o seu comportamento para o que “convinha”. Tudo isso foi possível, graças á comunicação. Não foram os professores na escola que lhe ensinaram sua cultura: foi a comunicação diária com seus pais, irmãos, amigos, na casa, na rua, nas lojas, no ônibus, na igreja, que lhe transmitiu as qualidades essenciais da natureza e do ser social.
Contrariamente, então, ao que alguns pensam, a comunicação é muito mais que os meios de comunicação social. Esses meios são tão poderosos e importantes na nossa vida atual, que ás vezes esquecemos que representam apenas uma mínima parte da nossa comunicação total.
Alguém fez, uma vez, uma lista dos atos de comunicação que um homem realiza desde que se levanta até a hora de deitar-se, no fim do dia. A quantidade de atos de comunicação é simplesmente inacreditável, desde o “ bom dia” á sua mulher, acompanhado ou não por um beijo, passando pela leitura do jornal, a decodificação de números e cores do ônibus que o leva ao trabalho, o pagamento ao cobrador, a conversa com o companheiro do banco, os cumprimentos aos colegas do escritório, o trabalho com documentos, recibos, relatórios, reuniões, entrevistas, a visita ao banco e as conversas com seu chefe, os inúmeros telefonemas, o papo durante o almoço, a escolha do prato no menu, a conversa com os filhos no jantar, o programinha de televisão, o diálogo amoroso com sua esposa antes de dormir, e o ato final de comunicação num dia cheio dela: “ boa noite”.
A comunicação confunde-se, assim, com a própria vida. Temos tanta consciência de que comunicamos como respiramos ou andamos. Ela é uma necessidade básica do ser humano, do homem social.