sábado, 21 de fevereiro de 2009

Abertura do show do Teatro Mágico



Recebi este texto do meu ex-aluno, Artur,  e eu simplesmente... adoreeeei!
Achei maravilhoso...
________O teatro mágico
"Todo sujeito é livre para conjugar o verbo que quiser
todo verbo é livre para ser direto ou indireto
nenhum predicado será prejudicado
nem tampouco a vírgula, nem a crase, nem a frase e ponto final!
Afinal, a má gramática da vida nos põe entre pausas, entre vírgulas...
E estar entre vírgulas é aposto
e eu aposto o oposto que vou cativar a todos
sendo apenas um sujeito simples"!
(Fernando Anitelle)
Abração *-*

A importância da pontuação

Gostaria de compartilhar com meus leitores, um texto bastante conhecido, antigo, como exemplo de como a pontuação faz a diferença.

Um homem rico estava muito doente, pediu papel e caneta, e assim escreveu:

"Deixo meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do alfaiate nada aos pobres".

Morreu antes de fazer a pontuação. Para quem ele deixava a fortuna?

Eram quatro concorrentes.

O sobrinho fez a seguinte pontuação:


"Deixo meus bens à minha irmã? Não, a meu sobrinho.

Jamais será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres"

A irmã chegou em seguida e pontuou assim, o escrito:

"Deixo meus bens à minha irmã, não a meu sobrinho.

Jamais será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres."

O alfaiate pediu cópia do original e olhou o lado dele:

"Deixo meus bens à minha irmã? Não! Ao meu sobrinho jamais! Será paga a conta do alfaiate.

Nada aos pobres."

Aí, chegaram os descamisados da cidade. Um deles, sabido, fez esta interpretação:

"Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho jamais! Será paga a conta do alfaiate? Nada! Aos pobres."

MORAL DA HISTÓRIA

Pior de tudo é saber que ainda tem gente que acha que uma vírgula não faz a menor diferença!
  
Abraços ... :)

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Pleonasmos e tautologias

Olá pessoal!!!
Semana passada, trabalhei com os alunos do Ensino Fundamental e Médio sobre pleonasmos e tautologia, que significa:
Tautologia - [Do gr. tautología.]
1.Vício de linguagem que consiste em dizer, por formas diversas, sempre a mesma coisa.
Pleonasmo - [Do gr. pleonasmós, ‘superabundância’, pelo lat. tard. pleonasmu.]
1.E. Ling. Redundância de termos que em certos casos têm emprego legítimo, para conferir à expressão mais vigor, ou clareza.

Foi uma aula muito gostosa e divertida...
Assistimos a um vídeo de humor (Cenas da peça Nós Na Fita apresentada por Leandro Hassum e Március Melhem do Zorra Total) que trata desse assunto.
Todos os alunos acharam muito interessante, pois isso é o tipo de coisa que fazemos o tempo todo sem perceber!


Além dos lapsos mais comuns nesse campo (subir para cima, descer para baixo, entrar para dentro, sair para fora, menino homem...) , há outros de identificação mais difícil, mas que, de igual modo, devem ser evitados:

1. Monopólio exclusivo (está ínsita em monopólio a idéia de exclusividade),
2. Principal protagonista (protagonista já é o personagem principal),
3. Manusear com as mãos (manusear já tem por radical, em latim, a idéia de atuar com as mãos),
4. Preparar de antemão (por força do prefixo latino pre, preparar já tem em si a idéia de anterioridade),
5. Prosseguir adiante (não há como prosseguir para trás, já que o prefixo latino pro tem o significado de movimento para a frente),
6. Prever antes (por força do prefixo latino pré, significando anterioridade, prever depois não é prever),
7. Prevenir antecipadamente (o prefixo latino pre já traz em si a idéia de anterioridade), repetir de novo (em razão do prefixo latino re, repetir já significa atuar de novo),
8. Boato falso (boato já significa um relato sem correspondência com a verdade).
9. breve alocução (alocução já significa um discurso breve)


Há expressões que estão bastante enraizadas no uso, portanto, é difícil eliminá-las. Vejam algumas:
abertura inaugural, acabamento final, detalhes minuciosos, metades iguais, empréstimo temporário, encarar de frente, planejar antecipadamente, vereador da cidade...


Fiquem atentos!
Beijão... *-*

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Dicas de Português
Professora: Cristiane Seabra
Língua Portuguesa


Dúvidas frequentes

1. Eu OPTO ou ÓPITO ou OPITO? O certo é OPTO. O verbo OPTAR não tem "i": Eu opto, tu optas, ele opta, nós optamos, vós optais, eles optam.


2. PERCA ou PERDA?


PERDA é o substantivo: "Houve PERDA total do carro"; PERCA é verbo (=presente do subjuntivo): "É preciso que você PERCA seis quilos".


3. PODE ou PÔDE ou POUDE? Poude não existe.


Ele PODE (=presente do indicativo); Ele PÔDE (=pretérito perfeito do indicativo).


a) PRESENTE DO INDICATIVO: eu posso, tu podes, ele PODE, nós podemos, vós podeis, eles podem;


b) PRETÉRITO PERFEITO DO INDICATIVO: eu pude, tu pudeste, ele PÔDE, nós pudemos, vós pudestes, eles puderam.

Ah... atenção!!!!! Com a mudança ortográfica, não some o acento diferencial em pôr (verbo) / por (preposição) e pôde (pretérito) / pode (presente).


4. Se eu POR, PUZER ou PUSER?


O certo é PUSER. POR (=sem acento) é preposição: "Eu vou POR este caminho".


PÔR é o infinitivo do verbo: "Eu vou PÔR o livro sobre a mesa."


PUSER é o futuro do subjuntivo: "Se você PUSER o casaco, sairemos."


Nas formas verbais de PÔR, o som "zê" é escrito sempre com "s": eu pus, tu puseste, ele pôs, pusemos, puseram, pusesse, pusera, pusermos, puserem...


5. QUIZ ou QUIS?


O certo é QUIS.    " Bem que se quis..."   Música linda, cantada por Marisa Monte.

Nas formas do verbo QUERER, o som "zê" é sempre escrito com "s": tu quiseste, ele quis, eles quiseram, se eu quisesse, quando eu quiser...


QUISER é futuro do subjuntivo: quando eu quiser, se eu quiser...


QUERER é infinitivo: "Fez isso para eu querer sair."


6. REAVERAM ou REAVIRAM?
Nenhum dos dois!
O certo é REOUVERAM, porque REAVER é derivado do verbo HAVER: ele houve - ele REOUVE, nós houvemos - nós REOUVEMOS, eles houveram - eles REOUVERAM, se eu houvesse - se eu REOUVESSE, quando ele houver - quando ele REOUVER.


REAVER não é "ver de novo". REAVER é "haver de novo", por isso deve seguir o verbo HAVER.


7. Ele REQUEREU ou REQUIS?


O certo é REQUEREU. REQUERER não é derivado do verbo QUERER. REQUERER não é "querer de novo": Eu requeiro (=presente indicativo), que eu requeira (=presente do subjuntivo); no pretérito e no futuro, REQUERER é regular: eu requeri, tu requereste, ele REQUEREU, eles requereram (pretérito perfeito do indicativo); se eu requeresse (pretérito imperfeito do subjuntivo); quando ele requerer (futuro do subjuntivo).


Nos tempos do passado e do futuro, o verbo REQUERER deve ser usado segundo o padrão dos verbos regulares da 2ª conjugação (temer, vender...): pretérito perfeito do indicativo: ele temeu, vendeu - requereu; pretérito imperfeito do subjuntivo: se ele temesse, vendesse - requeresse; futuro do subjuntivo: quando ele temer, vender - requerer.


8. Quando você VER ou VIR?

O certo é "quando você VIR o filme". O futuro do subjuntivo do verbo VER é VIR: quando eu VIR, tu VIRES, ele VIR, nós VIRMOS, vós VIRDES, eles VIREM.

O futuro do subjuntivo do verbo VIR é VIER: quando eu VIER, tu VIERES, ele VIER, nós VIERMOS, vós VIERDES, eles VIEREM.

Os derivados do verbo VER (=antever, prever, rever...) seguem o verbo primitivo: eu vejo - eu prevejo, ele vê - ele prevê, eles vêem - eles prevêem (presente do indicativo); eu vi - eu previ, ele viu - ele previu, eles viram - eles previram (pretérito perfeito do indicativo); se eu visse - se eu previsse (pretérito imperfeito do subjuntivo); quando eu vir - quando eu previr (futuro do subjuntivo).

Na linguagem coloquial, é freqüente ouvirmos a frase: "Quando a gente se ver de novo..." Na língua padrão fica: "Quando nós nos VIRMOS novamente..


Aqui também tem teste!!!!!!!!!!!!!!

Que opção completa corretamente a frase "Devido à _______ de vários empregados, o dono da loja pôs um cartaz: __________ de atendentes"?


(a) perda / necessita-se;


(b) perca / necessita-se;


(c) perca / necessitam-se;


(d) perda / necessitam-se;


(e) perca / se necessitam.







Resposta do teste: letra (a). O substantivo é PERDA. A partícula "se" é indeterminadora do sujeito, pois o verbo NECESSITAR é transitivo indireto (= necessitar "de"). O verbo deve concordar na terceira pessoa do singular: "Necessita-se de atendentes".









Um grande abraço. *-*

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Por que estudar a Língua Portuguesa?

Por que estudar a Língua Portuguesa?

No mundo atual, caracterizado pela diversidade de linguagem e pela comunicação eletrônica, o uso adequado e eficiente da linguagem verbal é cada vez mais necessário. Essa linguagem não se contrapõe a outras; ao contrário, hoje as linguagens verbais e não-verbais se cruzam e se complementam, como ocorre na informática, no cinema, nos quadrinhos, na publicidade e até na literatura e na pintura.
Portanto ter domínio da língua faz muita diferença. Significa estar mais preparado para interagir com outras pessoas, o que implica ter a possibilidade de influenciar seu mundo e agir e pensar e, da mesma forma, também ser influenciado. Língua é, pois, mudança, interação, transformação.
Durante longo tempo, acreditou-se que falar bem o português era falar difícil, isto é, empregar frases de efeito, com estrutura complicada e vocabulário culto. Hoje, pensa-se de modo diferente: usar bem o português é o mesmo que saber adequá-lo às diferentes situações sociais de que participamos.
Por exemplo, em situações formais, como numa entrevistas, num discurso público, numa carta a um jornal ou numa dissertação escolar, é indispensável o uso padrão culto e formal da língua. Já numa conversa com os amigos e familiares, a língua padrão seria formal demais e poderia contribuir com o distanciamento entre pessoas.
A língua que estudaremos é a língua portuguesa viva, isto é, a utilizada em suas variedades oral ou escrita, culta ou coloquial, formal ou informal, regional ou urbana, etc. É a língua que circula nos jornais, na tevê, na internet, nos quadrinhos, nas canções, nos anúncios publicitários, enfim, nos textos que circulam socialmente.

Revisando alguns conceitos

Comunicação: ocorre quando ao emitirmos uma mensagem, nos fazemos compreender por uma pessoa.
Linguagem: é o processo pelo qual as pessoas se comunicam
Linguagem verbal: é aquela que tem por unidade a palavra. Oral ou escrita.
Linguagem não-verbal: é aquela transmitida através de gestos, movimento, símbolos, imagem, etc.
Há ainda as linguagens mistas que utilizam a imagem e a palavra.
Língua: é um tipo de código formado por palavras e leis combinatórias por meio do qual as pessoas interagem entre si.
Norma culta: é a língua de maior prestígio social.
Norma popular/coloquial: sem planejamento prévio, linguagem simples, frases curtas...
Variedade lingüística: são as variações que uma língua apresenta, de acordo com as condições sociais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada.



A comunicação e socialização
Juan Diaz Bordenave

Lembre-se leitor como se fez gente: sua casa, seu bairro, sua escola, A comunicação foi o canal pelo qual os padrões de vida de sua cultura foram-lhe transmitidos, pelo qual aprendeu a ser “membro” de sua sociedade, de sua família, de seu grupo de amigos, de sua vizinhança, de sua nação. Foi assim que adotou a sua “cultura”, isto é, os modos de pensamento e de ação, suas crenças e seus valores, seus hábitos e tabus. Isso não ocorreu por”instrução”, pelo menos antes de ir para a escola: ninguém lhe ensinou propositadamente como está organizada a sociedade e o que pensa e o que sente a sua cultura. Isso aconteceu indiretamente, pela experiência acumulada de numerosos pequenos eventos, insignificantes em si mesmos, através dos quais travou relações com diversas pessoas e aprendeu naturalmente a orientar o seu comportamento para o que “convinha”. Tudo isso foi possível, graças á comunicação. Não foram os professores na escola que lhe ensinaram sua cultura: foi a comunicação diária com seus pais, irmãos, amigos, na casa, na rua, nas lojas, no ônibus, na igreja, que lhe transmitiu as qualidades essenciais da natureza e do ser social.
Contrariamente, então, ao que alguns pensam, a comunicação é muito mais que os meios de comunicação social. Esses meios são tão poderosos e importantes na nossa vida atual, que ás vezes esquecemos que representam apenas uma mínima parte da nossa comunicação total.
Alguém fez, uma vez, uma lista dos atos de comunicação que um homem realiza desde que se levanta até a hora de deitar-se, no fim do dia. A quantidade de atos de comunicação é simplesmente inacreditável, desde o “ bom dia” á sua mulher, acompanhado ou não por um beijo, passando pela leitura do jornal, a decodificação de números e cores do ônibus que o leva ao trabalho, o pagamento ao cobrador, a conversa com o companheiro do banco, os cumprimentos aos colegas do escritório, o trabalho com documentos, recibos, relatórios, reuniões, entrevistas, a visita ao banco e as conversas com seu chefe, os inúmeros telefonemas, o papo durante o almoço, a escolha do prato no menu, a conversa com os filhos no jantar, o programinha de televisão, o diálogo amoroso com sua esposa antes de dormir, e o ato final de comunicação num dia cheio dela: “ boa noite”.
A comunicação confunde-se, assim, com a própria vida. Temos tanta consciência de que comunicamos como respiramos ou andamos. Ela é uma necessidade básica do ser humano, do homem social.